Antero de Quental: 170 anos


Antero de Quental, um dos maiores nomes da nossa literatura, da filosofia e política nasceu há 170 anos.

Assinalamos a efeméride na sala de leitura da nossa Biblioteca com alguns dos seus livros.

 Consulte a bibliografia disponível aqui:


Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...


Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...


Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...


Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.


Antero de Quental, in "Sonetos"