Homenagem a Ivone Silva na Biblioteca

Esta segunda-feira, 20 de novembro, assinalam-se 30 anos da morte de uma das maiores atrizes portuguesas, Ivone Silva.
A atriz nasceu no dia 24 de abril de 1935 em Paio Mendes, Ferreira do Zêzere.
A Biblioteca Municipal Dr. António Baião vai assinalar a data com uma exposição biográfica da atriz.



"Ivone Silva nasceu em 1935 em Ferreira do Zêzere. Entrou para o teatro na década de 60, quase por “brincadeira”, mas também porque dentro dela já havia aquele “bichinho” . Com 16 anos emigrou para Paris, lá ficando durante 10 anos. Quando voltou a Portugal foi para o Teatro ABC, na situação de discípula, e estreia-se em 1963 na revista “Vamos à Festa”, ao lado de Maria Domingas. O talento de Ivone era tal que logo no ano de aparição foi considerada revelação do ano. Seguem-se as revistas “Gente Nova em Bikini”, “Chapéu Alto”, onde já é 1ª figura, “Lábios Pintados”, “É regar e pôr ao Luar”, “Ai, Venham Vê-las”, ao lado de Hermínia Silva, como irá novamente suceder na revista “Zona Azul”, onde representa, pela primeira e última vez, ao lado do mestre do espectáculo António Silva, “Dá- -lhe Agora!” e “Mini Saias”, todas no ABC e com produção de José Miguel. É no ano de 1966 que Ivone passa do Teatro ABC para o Teatro Maria Vitória onde entra no espectáculo “Tudo à Mostra”, ao lado de Barroso Lopes. Mas o tempo de permanência no Maria Vitória seria muito curto e Ivone volta para o Teatro ABC, para reforçar o elenco de “Mulheres à Vela”, visto que nesta altura o seu nome é já motivo de enchente no teatro. Neste espectáculo representa com Aida Baptista e Humberto Madeira. “Sete Colinas” estreia ainda em 1967 e marca, novamente, a saída de Ivone daquela sala de espectáculos. Em Dezembro aparece pela primeira vez no palco do Variedades, no espectáculo “Pois, Pois...”. Aqui o nome de Ivone aparece logo a seguir ao de Raul Solnado. O talento da actriz vai-se evidenciando em inúmeras revistas, até 1987, ano em que se despede dos palcos com a revista “Cá Estão Eles”, no Laura Alves, em vários programas de TV, de entre os quais se destaca “Sabadabadu”, com Camilo de Oliveira, e onde populariza a rábula “Agostinho e Agostinha”, no cinema, sempre em realizações de Henrique de Campos, nomeadamente em “Estrada da Vida”, “O Destino Marca a Hora” e “A Maluquinha de Arroios”, mas também em outros géneros teatrais, para além da revista. Dessas intervenções noutros géneros teatrais destacam- -se as peças “Feliz Natal Avozinha”, O Auto da Barca do Inferno” e “Auto da Índia”. As sua interpretações primorosas levou a que lhe fossem atribuídos prémios: logo em 1963, como já foi referido, ganha o prémio de Revelação do Ano, pelas suas interpretações em “Vamos à Festa”, em 1966 recebe o prémio de melhor actriz de revista e durante três anos consecutivos foi considerada, pela “Nova Gente”, a melhor actriz do ano. Em 1980 é lhe atribuído o prémio de melhor actriz de teatro declamado, pela sua interpretação na peça “Feliz Natal Avozinha” e um ano depois é considerada novamente como a melhor actriz de revista, pela sua interpretação na rábula “A Bagaceira do Chiado”, o que se viria a repetir em 1982, em virtude das suas interpretações na revista “Sem Rei Nem Rock”. A sua carreira terminou em 1987, em virtude do seu internamento, por cancro da mama. Morreu em 20 de Novembro de 1987, no IPO.
Da carreira desta grande senhora convém relembrar três revistas fantásticas:
- “P'ra Trás Mija a Burra”, que apesar de não ter obtido o sucesso esperado deu a Ivone um dos maiores êxitos da sua carreira: os números «Olívia, Olívia» e «A Vira Vestidos».
-“Não Batam Mais no Zézinho”, revista que esteve 14 meses em cena com 13 sessões semanais, onde Ivone Silva se destaca no número “A Velha dos Malmequeres”, entre outros.
- “Isto é Maria Vitória!”, onde Ivone se destaca num recital em homenagem ao TMV: «Um Drama no teatro da Alegria”
In: http://www.fotolog.com/donarevista