A Rede de Bibliotecas Municipais do Médio Tejo e a Biblioteca Municipal Dr. António Baião vão proporcionar aos alunos do Agrupamento de Escolas de Ferreira do Zêzere a oportunidade de assistir a peças de teatro baseadas em obras das metas curriculares de português com apoio do Programa Centro 2020 e Portugal 2020.
No próximo dia 4 de janeiro irão
realizar-se de manhã, no Centro Cultural de Ferreira do Zêzere 2
espetáculos para os alunos do pré-escolar e 1º ciclo (275 alunos) e à tarde
para os alunos do 3º ciclo (237 alunos).
A companhia de teatro de Coimbra
Atrapalharte irá apresentar os espetáculos “O senhor do seu nariz” e “D’os
bichos”.
O
senhor do seu nariz
Data:
4 de janeiro de 2019
Local:
Centro Cultural de Ferreira do Zêzere
Companhia:
Atrapalharte
Programa:
10h00
– Espetáculo destinado aos alunos do Pré-escolar e 1º ciclo de Areias e alunos
do Pré-escolar de Ferreira do Zêzere
11h30
- Espetáculo destinado aos alunos do Pré-escolar e 1º ciclo de Ferreira do
Zêzere.
Álvaro
Magalhães nasceu no Porto, em 1951. A sua obra para crianças e jovens, que
integra poesia, conto, ficção e textos dramáticos, repartindo-se por cerca de
80 títulos, caracteriza-se pela originalidade e invenção, quer na escolha dos
temas quer no seu tratamento; foi por isso várias vezes premiado pela
Associação Portuguesa de Escritores e Ministério da Cultura.
O
senhor do seu nariz, um dos cinco divertidos contos desta obra homónima, é um
rapaz que foi fadado para ter um nariz do tamanho de um chouriço, o que lhe
tornou a vida difícil durante algum tempo. Era diferente dos outros com aquele
nariz que atrapalhava muito, pelo que passou a viver longe da aldeia em que
nascera. Mas, ao mesmo tempo, ser narigudo trouxe vantagens como ter um olfato
apurado, uma capacidade que se revelou preciosa para a aldeia e fez do rapaz um
herói, ou seja, aos poucos, a sua desgraça transformou-se em graça. Esta é uma
história cheia de humor, poesia, reviravoltas inesperadas, que incentiva os
mais novos a olhar para si e para os outros de mente aberta e sem julgamentos:
somos todos diferentes e são essas diferenças que nos tornam únicos e
especiais!
Esta
peça ajuda a criança a construir a sua própria identidade, a sua relação com o
mundo e a tornar-se num ser ativo e tolerante. Apelando ao imaginário, permite
a transposição de universos, a vivência de outros modos de ser, a resolução de
conflitos interiores e de problemas de ordem psicossocial. É, por isso mesmo,
um fator decisivo na sua maturidade, no seu equilíbrio afetivo e na sua
inserção no coletivo da escola e da comunidade em geral.
D’OS
BICHOS
Local:
Centro Cultural de Ferreira do Zêzere
Companhia:
Atrapalharte
14h30
– Espetáculo destinado aos alunos do 3º ciclo da Escola Pedro Ferreiro de
Ferreira do Zêzere
"Bichos"
de Miguel Torga é um universo desenhado em catorze contos, onde humanos e
animais partilham características e também as vicissitudes da vida, colocando
questões fundamentais sobre a sociedade e a própria existência. Este clássico
da literatura portuguesa, foi publicado pela primeira vez em 1940. Cada um dos
catorzes contos tem uma personagem, um animal humanizado ou um humano, que é
quase animal e todos vivem em luta com a natureza, Deus ou consigo mesmo.
Diferentes
entre si nas suas particularidades, estes “bichos”, animais e humanos,
partilham uma luta igual pela vida e pela liberdade. As suas histórias apelam à
interpretação porque representam dilemas muito humanos, partilhados por homens
e animais. O Homem é, neste livro, mais um bicho entre os outros e não ocupa um
lugar privilegiado na criação.
Nascido
em Trás-os-Montes em 1907, com o nome Adolfo Correia da Rocha, Torga frequentou
um seminário, mas a falta de vocação e o desacordo com Deus levaram-no para o
Brasil onde trabalhou na roça de um tio. Como recompensa, este pagou-lhe o
curso de medicina em Coimbra e, foi entre a medicina e a literatura que Adolfo
Correia da Rocha dividiu a sua vida. Adotou o pseudónimo Miguel Torga em 1934
criando uma ligação profunda entre a sua personalidade e a sua produção
literária. “Miguel”, nome de arcanjo, mas também de Ângelo, Cervantes e
Unamuno, humanistas por quem tinha reverência e com quem se identificava pela
independência e inconformismo; “Torga”, uma urze, uma raiz que sobrevive e
contribui para a sobrevivência das gentes nas serras transmontanas.