Sabia que a leitura começa muito antes de se aprender a ler na escola? A literacia, como capacidade para descodificar e compreender informação escrita, pode ser promovida lendo, mas também escutando a leitura do outro e conversando sobre os livros. E quanto mais cedo, melhor.
Texto Sílvia Lapa/CADIn* | Fotografia de Shutterstock
Está provado que «ler com» e «ler para» os filhos é a atividade por si só com maior impacto para o desenvolvimento das funções da linguagem e para a construção de alicerces sólidos para as aprendizagens escolares. Na verdade, mais de 90% da maturação do cérebro ocorre nos primeiros seis anos de vida, razão pela qual não será de estranhar que este seja um período-chave para introduzir hábitos de leitura com todos os benefícios ao nível da linguagem, da criatividade e do pensamento lógico que dela advêm.
A linguagem dos livros é geralmente mais elaborada e rigorosa do que a falada. Ter contacto desde cedo com este cuidado e sofisticação tem invariavelmente impacto no desenvolvimento. Desta forma, pais que leem para os filhos dão-lhes a oportunidade de descobrir novas palavras e de aprender mais sobre a linguagem escrita e a sua função. Provavelmente já todos os pais sabem que ler para os filhos é importante mas não será assim tão intuitivo saber como ler em conjunto.
A leitura em conjunto deve ser uma experiência de partilha e afeto para a qual deve haver total disponibilidade. Por isso, desligue a televisão, afaste o telemóvel e envolva-se. Durante dez ou vinte minutos esteja presente e envolvido. Pretende-se em primeiro lugar que o seu filho, que ainda não sabe ler, possa ter uma participação o mais ativa possível. Leia com expressividade, aponte, comente e peça a opinião da criança.
Outra coisa que se deve fazer é observar, com a criança, as várias facetas dos livros. Explorar a capa, as ilustrações… Com crianças mais velhas pode explicar o título, o autor e o ilustrador. Desta forma a criança está a familiarizar-se com a linguagem dos livros e a criar bases importantes para o sucesso escolar. Depois de lerem em conjunto pode incentivar a criança a fazer um desenho sobre a história.
Muitos pais referem que os filhos querem ler várias vezes o mesmo livro, a mesma história. Isso é normal e faz parte do desenvolvimento do gosto pela leitura. Repetir a mesma história traz previsibilidade à leitura, permite reparar melhor nos pormenores e dominar melhor as palavras. Nunca hesite em fazê-lo. E aproveite para pedir uma participação progressivamente mais ativa da criança à medida que vai lendo uma e outra vez a mesma história. Os pais são o principal modelo dos filhos e isto também é verdade para o despertar para o prazer da leitura. Crianças que veem os pais a ler por gosto aprendem a ler por gosto. Crianças que ouvem os seus pais a ler com entusiasmo e fluência, presenciam o que deve ser uma leitura correta, que depois vão querer imitar.
*Parceria com o CADIn (Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil), onde Sílvia Lapa é técnica de Educação Especial e Reabilitação e Terapeuta da Fala)
Está provado que «ler com» e «ler para» os filhos é a atividade por si só com maior impacto para o desenvolvimento das funções da linguagem e para a construção de alicerces sólidos para as aprendizagens escolares. Na verdade, mais de 90% da maturação do cérebro ocorre nos primeiros seis anos de vida, razão pela qual não será de estranhar que este seja um período-chave para introduzir hábitos de leitura com todos os benefícios ao nível da linguagem, da criatividade e do pensamento lógico que dela advêm.
A linguagem dos livros é geralmente mais elaborada e rigorosa do que a falada. Ter contacto desde cedo com este cuidado e sofisticação tem invariavelmente impacto no desenvolvimento. Desta forma, pais que leem para os filhos dão-lhes a oportunidade de descobrir novas palavras e de aprender mais sobre a linguagem escrita e a sua função. Provavelmente já todos os pais sabem que ler para os filhos é importante mas não será assim tão intuitivo saber como ler em conjunto.
A leitura em conjunto deve ser uma experiência de partilha e afeto para a qual deve haver total disponibilidade. Por isso, desligue a televisão, afaste o telemóvel e envolva-se. Durante dez ou vinte minutos esteja presente e envolvido. Pretende-se em primeiro lugar que o seu filho, que ainda não sabe ler, possa ter uma participação o mais ativa possível. Leia com expressividade, aponte, comente e peça a opinião da criança.
Os pais são o principal modelo dos filhos e isto também é verdade para o despertar para o prazer da leitura. Crianças que veem os pais a ler por gosto aprendem a ler por gosto.«O que será que vai acontecer a seguir?» «Será que a personagem fez bem?» «Porque fez aquilo?» No final peça-lhe um reconto. «Agora faz de conta que és tu a ler, a contar.» É a conversa em torno dos livros que lhes dá poder, que ajuda as crianças a fazerem a ponte entre o que escutaram na história e o mundo que as rodeia.
Outra coisa que se deve fazer é observar, com a criança, as várias facetas dos livros. Explorar a capa, as ilustrações… Com crianças mais velhas pode explicar o título, o autor e o ilustrador. Desta forma a criança está a familiarizar-se com a linguagem dos livros e a criar bases importantes para o sucesso escolar. Depois de lerem em conjunto pode incentivar a criança a fazer um desenho sobre a história.
Muitos pais referem que os filhos querem ler várias vezes o mesmo livro, a mesma história. Isso é normal e faz parte do desenvolvimento do gosto pela leitura. Repetir a mesma história traz previsibilidade à leitura, permite reparar melhor nos pormenores e dominar melhor as palavras. Nunca hesite em fazê-lo. E aproveite para pedir uma participação progressivamente mais ativa da criança à medida que vai lendo uma e outra vez a mesma história. Os pais são o principal modelo dos filhos e isto também é verdade para o despertar para o prazer da leitura. Crianças que veem os pais a ler por gosto aprendem a ler por gosto. Crianças que ouvem os seus pais a ler com entusiasmo e fluência, presenciam o que deve ser uma leitura correta, que depois vão querer imitar.
*Parceria com o CADIn (Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil), onde Sílvia Lapa é técnica de Educação Especial e Reabilitação e Terapeuta da Fala)
In: http://www.noticiasmagazine.pt/2017/criancas-leitura/