Resultado de uma
associação técnica (Porsche tinha-se dedicado a estudar e a propor protótipos
de uma viatura popular, que almejava construir) e política (o partido
nacional-socialista pretendia que cada família tivesse um automóvel), Ferdinand
Porsche, sob a caderno de encargos que lhe foi apresentado, dotou o KdF, futuro
Volkswagen Typ1, de barras de torsão (patente sua) e, implantado na traseira, de
um revolucionário motor a gasolina de quatro cilindros dispostos
horizontalmente, com cárter em liga de alumínio e magnésio, arrefecido por
ar. Foi no período anterior à
segunda guerra mundial, cuja teve consequências dramáticas no devir do projecto
“Kraft durch Freude Wagen”, o carro da força pela alegria.
E o futuro do Carocha, com as suas constantes melhorias e
aperfeiçoamentos, que logo se iniciaram em 1945, nomeadamente ao nível do
eterno motor, foi “aquilo que se viu”.
Apresentamos nesta mini-exposição um conjunto de miniaturas
representando em detalhe o Carocha e as suas derivações dotadas do motor
refrigerado por ar: a Transporter (ou
Combi, ou Bulli, ou… “Pão de forma”), os Karmann-Ghia I e II, os 1500/1600 e os
411/412, sem esquecer os menos conhecidos Fridolin e 181, todos “tudo a
trás” e, ainda, o VW-Porsche 914, cujo
motor central foi a derradeira variação
do motor “boxer” inicial.
Mais de metade do século passado foi atravessada por dois dos
mais míticos e carismáticos ícones do séc. XX: o Carocha, o arquétipo do carro
mundial, e a Pão de Forma, precursora e modelo das modernas carrinhas e
furgões, tendo o Carocha, que atingiu mais de 21.000.000 de exemplares, sido
votado o Carro do Século.
Rui M. Figueiredo
Simões
Agosto 2015