Poeta, romancista e historiador, Alexandre Herculano nasceu há 200 anos, a 28 de Março de 1810.
A maior influência de Herculano na cultura portuguesa é como historiador, e para o seu esforço de conferir à investigação histórica características de rigor científico muito terá contribuído a circunstância de desde novo ter frequentado bibliotecas públicas e de ele próprio ter exercido o cargo de Bibliotecário-mor das Bibliotecas da Ajuda e das Necessidades, vivendo e trabalhando perto das fontes que lhe fundamentaram o estudo.
Esse mesmo desígnio de rigor na investigação terá levado Herculano ao trabalho de recolha de lendas e narrativas tradicionais, de que “A Dama Pé-de-Cabra” faz parte, aí se inscrevendo um esforço de conhecimento exaustivo do imaginário popular, dos seus ingredientes, das suas variantes e, até, da sua carga poética, como componente não despicienda, antes complementar, da compreensão da identidade nacional, desde que fundamentada em factos e fontes documentais. Não deixando, pois, de se servir também desses textos de ficção como testemunhos de um património escrito e porventura oral da sabedoria popular ou dos seus fantasmas, Alexandre Herculano rejeitou porém, por princípio, a legitimidade de se fazer história na base de qualquer forma de manipulação de tais ingredientes menos passíveis de comprovação científica – atitude e escrúpulo que justamente o identificaram e de algum modo positivamente isolaram para a historiografia moderna em Portugal.
A maior influência de Herculano na cultura portuguesa é como historiador, e para o seu esforço de conferir à investigação histórica características de rigor científico muito terá contribuído a circunstância de desde novo ter frequentado bibliotecas públicas e de ele próprio ter exercido o cargo de Bibliotecário-mor das Bibliotecas da Ajuda e das Necessidades, vivendo e trabalhando perto das fontes que lhe fundamentaram o estudo.
Esse mesmo desígnio de rigor na investigação terá levado Herculano ao trabalho de recolha de lendas e narrativas tradicionais, de que “A Dama Pé-de-Cabra” faz parte, aí se inscrevendo um esforço de conhecimento exaustivo do imaginário popular, dos seus ingredientes, das suas variantes e, até, da sua carga poética, como componente não despicienda, antes complementar, da compreensão da identidade nacional, desde que fundamentada em factos e fontes documentais. Não deixando, pois, de se servir também desses textos de ficção como testemunhos de um património escrito e porventura oral da sabedoria popular ou dos seus fantasmas, Alexandre Herculano rejeitou porém, por princípio, a legitimidade de se fazer história na base de qualquer forma de manipulação de tais ingredientes menos passíveis de comprovação científica – atitude e escrúpulo que justamente o identificaram e de algum modo positivamente isolaram para a historiografia moderna em Portugal.